Fazendeiros da região de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, atacaram violentamente, na última segunda-feira (05), mais de 125 famílias de indígenas Guarani-Kaiowá, que haviam retomado suas terras tradicionais no dia 9 de agosto e estabelecido no local a aldeia Pyelito Kue/Mbarakay.
Segundo relatos dos indígenas, os fazendeiros, fortemente armados, expulsaram os indígenas com extrema violência, destruindo as barracas e expulsando as famílias para a margem de um rio próximo a uma estrada da região. Vários indígenas ficaram feridos.
O ataque dispersou a comunidade. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, alguns resistem na área, sob risco de novas agressões, enquanto outros continuam escondidos na mata, sem acesso à comida.
Os indígenas denunciam que, desde a ocupação da região, têm sido freqüentes os ataques por parte dos empregados das fazendas, que durante a noite circundavam as barracas e atiravam para o alto, além de fazerem ameaças.
No dia 23 de agosto, os indígenas também foram atacados por fazendeiros da região. A agressão resultou em vários indígenas feridos, alguns de forma mais greve, como Silvio Benites, Luiz Velario, Ramão Fernandes e Arturo Fernandes, de 78 anos.
De acordo com nota divulgada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), “os Guarani-Kaiowá entraram em contato com a coordenação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), responsável pela área, mas tiveram resposta de que a instituição não dispunha de carro e combustível para ir ao local prestar assistência aos índios, que além das agressões sofrem com a falta de alimentos e assistência médica”.
O Ministério Público Federal (MPF) promete acompanhar o caso. Depois do ataque, uma equipe do órgão esteve no local, onde foram encontrados cartuchos de bala de borracha de calibre 12.
Já no dia 13 de agosto, indígenas Guarani-Kaiowá que ocupavam uma área entre as fazendas Maringá e Santa Rita, tiveram seu acampamento destruído por homens encapuzados e armados. Depois do ataque, as famílias tiveram que se esconder na mata para fugir dos pistoleiros, que continuavam cercando o local. A área onde os indígenas estavam acampados fica próxima à aldeia Pyelito Kue/Mbarakay e também é reivindicada pelos indígenas como Tekoha (terra tradicional).
Fonte: Redação do Brasil de Fato
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